Tendo em conta as
discussões e confrontos de ideias desenvolvidas nas e-atividades, os modelos de
aprendizagem em plataformas digitais partilham algumas premissas essenciais
quer em termos de construção teórica e pedagógica subjacente, quer em termos de
operacionalização:
- Uma abordagem construtivista, do aluno enquanto construtor da aprendizagem, do professor como um mediador, um facilitador desse processo e que se estrutura, não só na aquisição de saber de forma significativa, na capacidade da sua mobilização no momento de responder a problemas e perante situações concretas, mas também na capacidade de compreender (e refletir) sobre o seu próprio processo e percurso aprendizagem, ou seja, o que aprendo, mas também como aprendo e com quem aprendo;
- A responsabilização do discente pelo seu próprio processo de aprendizagem (da gestão do tempo, à mobilização dos recursos disponíveis ou à procura de novos recursos);
- Em termos de operacionalização os modelos pressupõem a integração em plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem que permitem gerir as interações e recolher as evidências que permitiram um avaliação abrangente, assente não só na qualidade das aprendizagens, mas também no tipo e regularidade da participação e no engagement dos formandos com as atividades e com a comunidade de aprendizagem, pois como é referido por Meirinhos e Osório (2007), partir de Dillenbourg (2003) “a participação numa comunidade é necessariamente para aprender, uma vez que a necessidade de saber e de partilhar é uma das motivações principais para pertencer a uma comunidade”;
- O desenvolvimento faseado do processo de aprendizagem (Salmon, 2000; Murphy, 2004). que envolve nos momentos iniciais processos de ambientação às plataformas e ferramentas a utilizar, momentos de socialização que tendem a encontrar continuidade no desenvolvimento das tarefas colaborativas e nos fóruns de discussão e partilha de ideias, sistematização dos conhecimentos adquiridos e aplicação a novas situações;
- A ênfase que alguns autores colocam, sobretudo Garrison et alii (2000), na importância de a presença cognitiva ser potenciada por um inserção socio-emocional, pois esta interação permite potenciar os processos de aprendizagem- “We argue that cognitive presence (...), is more easily sustained when a significant degree of social presence has been established (...). That is, socio-emotional interaction and support are important and sometimes essential in realizing meaningful and worthwhile educational outcomes”;
- Finalmente, parece-me importante sublinhar que estes modelos potenciam a emergência de uma relação pedagógica diferente da estruturada pelos papéis assumidos na tradicional tríade professor/aluno/conteúdos. Em termos de processos e dinâmicas de pedagógicas, os papéis tornam-se mais fluídos, os processos mais colaborativos e o papel do grupo, ou melhor da comunidade, mais relevante na estruturação das interações e das aprendizagens desenvolvidas (Meirinhos e Osório, 2007).
Faerber, R. (2003). Groupements,
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Garrison, D. R. & Anderson, T. (2005). El e-learning en el siglo XXI. Investigación
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Garrison, D. R., Anderson, T. & Archer, W. (2000).
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Meirinhos. M., Osório, A.
(2007). Modelos de aprendizagem em ambientes virtuais. In Challenges. Braga: Nonio, 503-512.
Murphy, E. (2004).
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Salmon, G. (2000). E-Moderating. The Key to Teaching and Learning Online. London:
Kogan Page.
Salmon. G (2006). 80:20 for E-Moderators. In Mac
Labrahinn, I.; McDonald Legg, C.; Schneckenberg, D.; Wild, J.: The challenge of eCompetence in Academic
Staff Development. Galway: CELT.
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